Prefeitura de SP oferece novo local para teatro no centro: 'Sem despejo'

A Prefeitura de São Paulo ofereceu hoje um novo espaço para o Teatro de Contêiner Mungunzá, que acusa o município de sofrer uma ordem de despejo para deixar o atual endereço, na rua dos Gusmões, centro da cidade.
O que aconteceu
Novo imóvel ficaria também no centro, na rua Conselheiro Furtado, e teria quase o dobro do tamanho atual, segundo a prefeitura. "Fica do ladinho do Tribunal de Justiça, da Praça da Sé, numa área central, e, inclusive, nessa avenida a ônibus, e as pessoas que vão até o teatro vão poder ir de ônibus. Onde eles estão hoje, o o é ruim", disse o prefeito Ricardo Nunes (MDB), em nota divulgada pelo município.
Os responsáveis pelo teatro foram notificados para deixar o local em 28 de maio. O documento dava 15 dias para que a companhia desocue o local, onde a prefeitura quer construir casas populares.
Nunes nega que seja uma ordem de despejo. "Só para esse teatro, só na nossa gestão, nós amos para eles de incentivo, de aporte, de apoio, R$ 2.576.300,60. Portanto, apoio total da prefeitura de incentivo à cultura; não existe nada de querer acabar com o teatro, pelo contrário", afirmou.
O atual endereço do teatro fica próximo à rua dos Protestantes, ocupada até o mês ado pela "cracolândia". Usuários de drogas que ficavam no local se espalharam em outros pontos da capital após serem agredidos e expulsos por guardas municipais, segundo ONGs que atuam na região. A prefeitura nega.
Nunes também diz que obteve um abaixo-assinado de moradores e comerciantes para montar uma área de lazer na região. As intervenções para construção do conjunto habitacional começarão nos próximos dias em parceria com o governo estadual, segundo a prefeitura.
Procurada pelo UOL, a gestão do teatro disse que o equipamento não cabe no terreno oferecido. "A arquitetura do teatro, reconhecida internacionalmente, foi pensada para expansão da lateralidade do espaço - por isso, inclusive, as paredes laterais do teatro são de vidros", diz trecho da nota.
A companhia de teatro rebateu o argumento de construção de casas populares. "Acreditamos que o Estado deveria construir habitação social nos inúmeros terrenos ociosos envoltórios ao teatro. Habitação não é só moradia. Gostaríamos também que a prefeitura retirasse os sigilos dos processos de desapropriações que estão ocorrendo no centro da cidade, inclusive do Teatro de Contêiner - para que possamos nos defender com dignidade".
*com informações do Estadão Conteúdo