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Caravana pró-Palestina saindo da Tunísia é retida na Líbia e na saída do Cairo

14/06/2025 09h25

Uma caravana pró-Palestina que saiu da Tunísia e um grupo de militantes que participam de uma marcha internacional que partiu do Cairo rumo a Gaza foram detidos nesta sexta-feira (13), na Líbia e na saída do Cairo, respectivamente, segundo informaram seus organizadores. Sindicatos e associações sas convocam uma marcha de Paris a Bruxelas a partir de domingo para "pressionar as autoridades europeias a adotarem sanções contra Israel".

Cerca de 40 participantes da Global March (Marcha Global) foram detidos aproximadamente 45 km a leste da capital egípcia, "em plena onda de calor, com proibição de circular", e tiveram seus aportes confiscados, indicou o coletivo em um comunicado. Outros 15 estão retidos em seus hotéis no Cairo, segundo a mesma fonte.

Entre os detidos há cidadãos ses, espanhóis, canadenses, turcos e britânicos.

"Somos um movimento pacífico e respeitamos as leis egípcias", ressaltaram os organizadores, que pediram a intervenção de representantes diplomáticos para que a marcha possa continuar.

Segundo o coletivo, vários grupos estão retidos nos dois primeiros postos de controle da estrada entre o Cairo e Ismailia.

A Global March, que reúne cerca de 4 mil manifestantes de cinquenta países, segundo os organizadores, esperava atravessar de ônibus a península do Sinai e chegar à cidade de Arish, mais de 350 km a leste do Cairo. De lá, os participantes deveriam caminhar os últimos 50 quilômetros até a fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, na região de Rafah.

Mil participantes a partir da Tunísia

Por outro lado, o comboio "Sumud", que partiu da Tunísia e reúne, de acordo com os organizadores, cerca de 1.000 participantes tunisianos, argelinos, marroquinos e mauritanos, foi bloqueado nesta sexta-feira na entrada da cidade de Sirte, na Líbia, controlada pelas forças do marechal Khalifa Haftar, que governa o leste do país.

Ambos os movimentos, pró-Palestina, foram organizados de forma independente.

Após 20 meses de guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada pelo ataque de comandos do movimento islamista palestino em território israelense, Israel enfrenta uma pressão crescente da comunidade internacional para permitir o envio de mais ajuda humanitária a Gaza. 

Paris-Bruxelas

Sindicatos e associações sas convocam uma marcha de Paris a Bruxelas a partir de domingo para "pressionar as autoridades europeias a adotarem sanções contra Israel" e para que cesse o "massacre" em Gaza.

Os participantes pedem que "os responsáveis políticos de toda a UE e as instituições europeias exerçam, sem demora, a máxima pressão sobre o governo israelense para fazer cessar o massacre" em Gaza, após 616 dias de guerra, resumiu a Liga dos Direitos Humanos (LDH), coorganizadora, em um comunicado.

Entre as outras organizações envolvidas na iniciativa estão a CGT, a Associação Belgo-Palestina (ABP), a Associação França Palestina Solidariedade (AFPS), a FSU, Solidaires e a Federação Internacional pelos Direitos Humanos (FIDH).

A partida está prevista para domingo, às 17h, em Paris, no Pavilhão de la Villette, no 19º distrito.

Nova ofensiva

Rompendo uma trégua de dois meses, Israel retomou a ofensiva em meados de março na Faixa de Gaza e intensificou suas operações militares em 17 de maio, com o objetivo declarado de libertar os últimos reféns do dia 7 de outubro, controlar todo o pequeno território entre Israel, Egito e Mediterrâneo, e destruir o Hamas, que governa a região desde 2007.

Mais de 55.207 palestinos, em sua maioria civis, foram mortos na ofensiva israelense de retaliação em Gaza, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

O ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 causou a morte de 1.219 pessoas do lado israelense, majoritariamente civis, segundo levantamento da AFP com base em dados oficiais. Das 251 pessoas sequestradas naquela ocasião, 54 permanecem em cativeiro em Gaza, incluindo, ao menos, 32 mortos, conforme as autoridades israelenses.

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