Petróleo dispara entre riscos geopolíticos e negociações comerciais
Os preços do petróleo subiram fortemente nesta quarta-feira (11), impulsionados pelas tensões geopolíticas no Iraque, enquanto os investidores permanecem céticos sobre a de um acordo sobre o programa nuclear iraniano.
O preço do barril de Brent do mar do Norte para entrega em agosto subiu 4,34%, fechando em 69,77 dólares.
Seu equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate para entrega em julho subiu 4,88% e chegou a 68,15 dólares, seu nível mais alto desde abril.
A alta dos preços acelerou depois que os Estados Unidos anunciaram que reduziriam o pessoal de sua embaixada no Iraque por motivos de segurança.
O Iraque é o segundo maior produtor da Organização de Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+), segundo a Agência de Informação sobre Energia dos Estados Unidos (EIA).
O petróleo já estava em alta antes desta informação, devido a "uma combinação de apetite pelo risco, que continua sendo bastante sólido, e tensões geopolíticas", explicou à AFP Bart Melek, da TD Securities.
Em entrevista ao jornal New York Post, publicada nesta quarta-feira, o presidente americano, Donald Trump, afirmou se sentir "menos confiante" em relação a um acordo com Teerã sobre o programa nuclear iraniano.
Sem acordo, o risco seria um aumento da pressão americana sobre as exportações de petróleo iraniano, o que diminuiria a oferta disponível no mercado, impulsionando o aumento dos preços.
O Irã também advertiu que atacaria as bases militares americanas no Oriente Médio em caso de um conflito com os Estados Unidos.
O Irã foi o nono maior produtor mundial de petróleo cru em 2023, segundo a Agência de Informação sobre Energia dos Estados Unidos (EIA), e possui as terceiras maiores reservas comprovadas, atrás da Venezuela e da Arábia Saudita.
Os operadores também reagiram positivamente às negociações comerciais entre Pequim e Washington, embora ainda esperem mais detalhes.
Os negociadores americanos e chineses anunciaram, na madrugada de terça para quarta-feira, após dois dias de discussões, que tinham acordado um "marco geral" para resolver suas diferenças comerciais, deixando a validação final nas mãos de seus respectivos presidentes.
"O mercado é favorável a qualquer acordo comercial com a China" e espera que em breve os acordos sejam concluídos, especialmente com "os parceiros comerciais dos Estados Unidos na América do Sul", segundo Melek.
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