TV Justiça ao vivo: assista ao depoimento de Bolsonaro no julgamento do STF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve começar a prestar depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) hoje às 14h30. Ele é investigado em um processo penal que apura uma suposta tentativa de golpe para mantê-lo no cargo. O depoimento, exibido pela TV Justiça, será transmitido ao vivo pelo UOL (assista no vídeo acima).
O que aconteceu
Hoje já foram ouvidos três réus. O almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, foi o primeiro. Na sequência, foi a vez de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça. Depois, o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
Os réus são interrogados pelo ministro relator, Alexandre de Moraes. Depois, é a vez do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Em seguida, as defesas dos outros réus podem questionar os depoentes.
Luiz Fux também participa dos interrogatórios. Além de Moraes, ele foi o único ministro da primeira turma a comparecer à sessão de ontem e fez perguntas a Cid e Ramagem.
Apenas Braga Netto vai ser ouvido de forma virtual. Ele está preso no Rio de Janeiro e vai acompanhar o processo por meio de videoconferência, e será o último a falar (veja a lista completa ao final).
Como foi o primeiro dia
Cid confirmou tentativa de golpe, mas negou participação. Ele disse que "presenciou grande parte dos fatos" e reforçou que não foi alvo de qualquer tipo de coação na delação.
Bolsonaro "recebeu e leu" a minuta do golpe, segundo Cid. O tenente-coronel disse que ele fez alterações no documento e "deu uma enxugada" para retirar a parte que pedia a prisão de autoridades, deixando somente Moraes.
Delator voltou a dizer que recebeu dinheiro em caixa de vinho. Cid afirmou que entregou ao major Rafael de Oliveira uma caixa de vinho com dinheiro a pedido do general Braga Netto. O montante seria destinado a bancar uma operação de golpe.
Ramagem itiu que não há provas de fraudes nas urnas. Ele argumentou que fazia anotações "privadas" sobre o assunto, mas não enviava ao então presidente Bolsonaro.
Moraes questionou se Ramagem usou a Abin para monitorar ministros do STF. "Nunca utilizei monitoramento algum pela Abin de qualquer autoridade", respondeu.
Momentos de Moraes renderam risos dos presentes ao longo da sessão. Até o final, quando o advogado do general Heleno pediu para a sessão começar mais tarde, após as 9h de amanhã, para ele "minimamente poder jantar", o ministro respondeu que sim, "às 9h02". O horário foi mantido.
Os réus que vão ser interrogados, na ordem:
- Mauro Cid (ex-ajudante de ordens da Presidência e delator);
- Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência);
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
- Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
- Jair Bolsonaro (ex-presidente da República);
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
- Walter Braga Netto (general da reserva e ex-ministro da Casa Civil)