EUA reforça sanções contra filhos de 'El Chapo' por tráfico de fentanil
Os Estados Unidos anunciaram, nesta segunda-feira (9), mais sanções contra "Los Chapitos", uma facção do cartel de Sinaloa dirigida pelos filhos de Joaquín "El Chapo" Guzmán, por tráfico de fentanil, e aumentaram a recompensa por cada um dos filhos foragidos do narcotraficante mexicano.
O presidente republicano Donald Trump lidera uma guerra contra os cartéis mexicanos para tentar frear o tráfico do opioide sintético, uma das principais causas de morte de pessoas entre 18 e 49 anos nos Estados Unidos.
Os quatro filhos de "El Chapo" (Archivaldo Iván Guzmán Salazar, Jesús Alfredo Guzmán Salazar, Ovidio Guzmán López e Joaquín Guzmán López) controlam o Cartel de Sinaloa, através de uma facção autodenominada "Los Chapitos", considerado por Washington uma organização "terrorista" global.
Ovidio e Joaquín estão detidos nos Estados Unidos, mas Iván e Alfredo "seguem foragidos no México", afirma o Departamento do Tesouro em um comunicado.
"A liderança de Iván em 'Los Chapitos' desencadeou uma onda alarmante de violência no México e nos Estados Unidos contra civis, forças de segurança e membros de cartéis rivais", sustenta o governo americano.
Washington acusa seu irmão Alfredo de atuar como seu "suplente" e de ter "participado na tortura de rivais" para obter informações.
O Departamento de Estado elevou a recompensa por informações que levem a cada um dos "Chapitos" foragidos de 5 para 10 milhões de dólares (de R$ 28 para 55 milhões).
Laboratórios clandestinos controlados pelos "Chapitos" são "responsáveis pela introdução de fentanil em comprimidos falsificados fabricados pelo Cartel de Sinaloa" graças à "sua capacidade" de adquirir substâncias químicas necessárias para sua fabricação, afirma o Departamento do Tesouro americano em comunicado.
"Los Chapitos" já foram sancionados anteriormente por Washington e acusados formalmente pela Justiça americana.
Washington também acusa o Cartel de Sinaloa do assassinato do ex-fuzileiro naval americano Nicholas Quets em Sonora, em 2024, no noroeste do México.
Além disso, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) impôs sanções financeiras a uma rede regional dos "Chapitos" com sede em Mazatlán (noroeste) "que se dedica ao tráfico de drogas, à extorsão, ao sequestro e à lavagem de dinheiro", acrescenta o comunicado.
Essa célula é liderada supostamente por Víctor Manuel Barraza Pablos e conta com financiamento do "empresário mexicano José Raúl Núñez Ríos", cuja esposa Sheila Paola Urías Vázquez, uma maquiadora, "também está envolvida na rede criminosa", acusa o governo dos Estados Unidos.
O OFAC sanciona dez empresas de Núñez: Beach Y Marina; Club Playa Real; Proyecta Interna; Eco Campestres Ultra; IMB 24 Siete; MKT 24 Siete; Mue Renta y Venta de Vestidos, Carpe Diem Spa, Sea Wa Beach Club e Comercializadora Copado.
Como resultado das sanções, todos os bens e participações dos sancionados que se encontrem nos Estados Unidos ou que estejam em posse ou sob o controle de cidadãos americanos ficam bloqueados.
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