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Dupla Vini Jr. e Ancelotti funciona, Brasil vence o Paraguai e vai à Copa

do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/06/2025 23h41

Foi uma noite de boas notícias e comemoração. A seleção brasileira venceu o Paraguai por 1 a 0 e está classificada para a Copa do Mundo 2026.

O gol da vitória na Neo Química Arena, em São Paulo, foi marcado por Vini Jr.

É significativo que o primeiro gol da era Carlo Ancelotti tenha sido do atacante do Real Madrid. Essa parceria levou os dois ao topo futebol de clubes no Real Madrid.

O combo classificação e primeira vitória como técnico do Brasil foi um presente e tanto para Ancelotti, que completou 66 anos hoje.

Ele ganhou até mosaico: "Parabéns, Carletto". Foi o primeiro jogo do italiano em solo brasileiro.

O Brasil está classificado para a Copa-2026 porque chegou a 25 pontos nas Eliminatórias e não pode mais ser alcançado pela Venezuela, que tem 18 e está em sétima — primeira posição fora das vagas diretas ao Mundial.

Além do Brasil, também estão confirmadas na Copa as seguintes seleções: Estados Unidos, México, Canadá, Argentina, Japão, Austrália, Coreia do Sul, Uzbequistão, Irã, Jordânia e Nova Zelândia.

A seleção brasileira agora está em terceiro, porque ultraou o próprio Paraguai, que perdeu uma invencibilidade de nove jogos e ficou nos 24 pontos.

A nota negativa do jogo de hoje ficou apenas para o cartão amarelo que Vini Jr levou, ainda no primeiro tempo. Isso deixa suspenso para o próximo jogo pelas Eliminatórias, contra o Chile, em setembro. Provavelmente, no Maracanã. Na próxima data Fifa, o Brasil ainda enfrenta a Bolívia, na última rodada das Eliminatórias.

Qual foi a cara do Brasil

Sabendo que enfrentaria um Paraguai retraído, Ancelotti optou por uma escalação mais ofensiva, na comparação com o empate diante do Equador.

Nada de 4-3-3. Voltou a ser um 4-2-4 (ou 4-4-2 sem a bola).

Ele abriu mão de um meio-campista (Gerson) e colocou Martinelli pela esquerda.

Depois de cumprir suspensão, Raphinha já seria opção natural para o lugar de Estêvão na ponta direita.

Na parte central do ataque, Richarlison deu lugar a Matheus Cunha.

Na prática, Cunha voltava bastante para trabalhar a bola, enquanto Vini Jr. buscava espaços e profundidade na frente.

Mosaico feito para o técnico Carlo Ancelotti antes de Brasil e Paraguai pelas Eliminatórias - Danilo Lavieri/UOL - Danilo Lavieri/UOL
Mosaico feito para o técnico Carlo Ancelotti antes de Brasil e Paraguai pelas Eliminatórias
Imagem: Danilo Lavieri/UOL

O que deu certo no Brasil

Raphinha justificou a expectativa de Ancelotti para contar com ele. Uma dedicação impressionante. Intenso e criativo. O ataque ficou bem mais móvel, apesar de não ter finalizado tanto no primeiro tempo — quatro vezes.

Antes mesmo do gol, Vini Jr. já tinha sido responsável pela chance mais clara do Brasil. Um cruzamento rasteiro de Matheus Cunha pegou os zagueiros paraguaios desguarnecidos. Vini se esticou todo, mas o carrinho não resultou em gol. De todo modo, guarde essa combinação. Ela voltará a ser mencionada neste relato.

O Brasil foi melhor coletivamente do que no jogo ado. E alguns caras se destacaram nisso.

Bruno Guimarães estava muito consistente com a bola no pé. Com Casemiro protegendo a zaga, ele ficou mais solto e mostrou dinamismo no meio.

Vanderson foi outro que jogou melhor — e olha que desta vez ele tinha a concorrência de Wesley no banco. O jogador do Flamengo tinha ficado fora da relação contra o Equador. Hoje, sobrou para o lateral-esquerdo Carlos Augusto e para Andreas Pereira.

Carlo Ancelotti, técnico do Brasil, aplaude durante jogo contra o Paraguai - NELSON ALMEIDA / AFP - NELSON ALMEIDA / AFP
Carlo Ancelotti, técnico do Brasil, aplaude durante jogo contra o Paraguai
Imagem: NELSON ALMEIDA / AFP

A presença de Martinelli acrescentou alguém próximo a Vini que pôde alternar a faixa esquerda com ele. Isso ajudou a confundir a marcação paraguaia.

Mas o dedicado sistema defensivo do Paraguai — formado pelos conhecidos Gatito, Gustavo Gómez e Junior Alonso — não foi suficiente para travar um lance que simbolizou o apetite do Brasil.

Raphinha arrancou, girou pela direita e conseguiu fazer a bola escapar de três marcadores. Cunha não desistiu, apesar de Alonso parecer mais inteiro na bola. O atacante ficou com a posse, levou ao fundo e cruzou rasteiro para Vini Jr. (eu avisei que você leria isso aqui de novo). Desta vez, gol.

Um abraço e um beijo de Vini em Ancelotti formaram o retrato da conexão que pode catapultar a nova seleção brasileira.

O que mais teve de perigo no jogo

O Brasil voltou bem para o segundo tempo. Vini estava mais solto pelo lado esquerdo. Ganhou várias da marcação na velocidade e no drible. Mas os cruzamentos não foram tão precisos.

Em um dos abafas do Brasil, Bruno Guimarães quase fez um golaço involuntário. Tentou cruzar, encobriu Gatito, mas Cáceres salvou de cabeça.

O Paraguai só tentou mais ataques por volta dos 25 minutos do segundo tempo. Foi mais ou menos nesse período da etapa inicial que também eles saíram da retranca. Mas o Brasil se segurou bem, mesmo com a entrada do anfitrião Angel Romero — dono da casa e principal artilheiro da Arena do Corinthians.

As trocas do Brasil

Ancelotti começou a mexer no Brasil pela lateral esquerda. Tirou Alex Sandro e deu chance a Beraldo. Mais sustentação defensiva.

Depois, Ancelotti voltou à formação 4-3-3. Richarlison e Gerson foram a campo nos lugares de Vini Jr e Matheus Cunha. Detalhe é que Vini saiu mancando depois de tomar uma pancada na coxa esquerda. A ver se isso vai reverberar na preparação do Real Madrid para o Mundial de Clubes.

O jogo não foi mais vistoso, ficou truncado, mas pelo menos a comemoração tripla de Ancelotti foi garantida. Aniversário, vitória e vaga na Copa 2026.

Ficha técnica

Brasil 1 x 0 Paraguai

Local: Neo Química Arena, em São Paulo (SP)
Data/Hora: 10/6/2025, às 21h45
Árbitro: Facundo Tello (ARG)
Assistentes: Juan Pablo Belatti e Gabriel Chade (ARG)
Cartões amarelos: Vini Jr, Bruno Guimarães (BRA); Junior Alonso (PAR)
Gol: Vini Jr, 43'/1ºT (1-0)
Público: 46.014 pagantes
Renda: R$ 12.706.050

Brasil: Alisson, Vanderson (Danilo), Marquinhos, Alex e Alex Sandro (Beraldo); Casemiro e Bruno Guimarães; Raphinha, Gabriel Martinelli, Matheus Cunha (Gerson) e Vini Jr. (Richarlison) Técnico: Carlo Ancelotti.

Paraguai: Gatito Fernández; Cáceres, Gustavo Gómez, Alderete e Junior Alonso (Sandes); Diego Gómez (Angel Romero), Andres Cubas, Almiron (Gamarra), Villasanti (Bobadilla) e Enciso; Sanabria (Avalos). Técnico: Gustavo Alfaro

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