Poker se firma como esporte e movimenta milhões no país
Com a popularização das transmissões ao vivo por plataformas de streaming, o poker conquistou novos públicos e se consolidou como um esporte ível a qualquer pessoa. Hoje, o Brasil soma mais de 12 milhões de jogadores, segundo a Confederação Brasileira de Texas Hold'em (CBTH), e ainda sedia a Federação Mundial do Poker, organização que reúne membros de 54 nações distribuídas por cinco continentes.
O Brazilian Series of Poker (BSOP), maior torneio da modalidade na América Latina, deve distribuir cerca de R$ 250 milhões em premiação somente em 2025. Em 2024, foram mais de R$ 150 milhões. Com isso, o campeonato se consolida como o terceiro mais rentável do país no universo esportivo, atrás apenas da Copa do Brasil e do Brasileirão.
Assim como ocorre nos campeonatos de futebol, grandes marcas patrocinam equipes e jogadores profissionais de poker. Os principais torneios mundiais também têm incluído o Brasil em seus circuitos, ampliando a visibilidade do país no cenário internacional. Diante dos valores milionários, eventos como o BSOP atraem desde entusiastas até atletas profissionais, além de personalidades como Neymar Jr. e Ronaldo.
Contudo, ganhar dinheiro com poker exige mais do que conhecer bem as cartas. "Quem atua profissionalmente precisa se dedicar integralmente ao esporte e estudar muito, além de desenvolver habilidades de interpretar as pessoas e controlar as próprias emoções", disse Gabriel Medeiros, jogador profissional de poker há seis anos.
Ícones nacionais como André Akkari, pioneiro do poker online, demonstram o potencial da carreira. Ele já ultraou a marca de US$ 3,6 milhões (aproximadamente R$ 20 milhões) em premiações ao longo da carreira. Em alguns casos, o investimento também é alto: Rafael Reis, vencedor do bracelete de ouro no World Series of Poker (WSOP) em 2023, já investiu até US$ 25 mil (aproximadamente R$ 138 mil) em um único torneio. A recompensa, no entanto, também foi grande: ele acumula mais de R$ 2 milhões em prêmios.
Apaixonado também por futebol, Rafael nunca transformou o campo em profissão. Com o poker, foi diferente. "Jogo profissionalmente há oito anos. Antes, minha paixão era o futebol, mas acabei dividindo meu tempo por conta do quão fascinante o esporte é", conta.